Parece-me haver uma certa uma tendência para valorizar a acção-reacção – enquanto comportamento – em detrimento de uma análise orientada para processos e construções mentais que antecedem a agressão. É neste campo primordial que deve ser explorada toda a construção do papel da vítima para que esta possa evitar submeter-se a episódios desta natureza.
Este é um incidente preocupante por vários factores: a subtileza de toda a violência emocional que antecede uma agressão física (muitas vezes desvalorizada durante anos), pela agressão em si mesma e pela sua recorrência, elemento que considero de maior atenção.
Pela expressividade de uma agressão física facilmente o agressor se torna o personagem a analisar, contudo centro a atenção no papel da vítima. Foco em particular esta questão, uma vez que, quando este acto ocorre de forma regular, a pessoa agredida torna-se vítima não de um agressor mas dela mesma.
Como Identificar se está a ser vítima:
1 – Surgem imposições do parceiro que limitam as suas relações sociais.
2 – O cônjuge cria-lhe a sensação de depender dele para sobreviver (a vários níveis).
3 – É frequente haver violência verbal, através de insultos e comentários que ataquem a sua auto-estima.
4 – Evita expressar-se com receio de que o conjugue se afaste.
5 – Apesar de sofrer agressões, valoriza a ideia de o parceiro, apesar de tudo ser uma boa pessoa.
6 – Permite-se a sofrer agressões físicas com frequência e prende-se ao sentimento de que o cônjuge vai mudar – quem pode mudar e procurar uma alternativa é você.
* Artigo Cordialmente Publicado No Portal iSabe @ Jornal I